POR UM ENSINO DE TODOS E PARA TODOS
A próxima Segunda-Feira é um dia muito importante, é um dia onde todos devemos mostrar a nossa indignação e a nossa insatisfação por tudo o que este ministro da educação e este (des)governo estão a faze...r à escola pública, aos alunos, aos professores, ao pais, enfim, ao país. O que este (des)governo faz não é governar em prol dos seus cidadãos, o que este (des)governo faz é TERRORISMO!
A adesão à greve é por isso um imperativo, um dever enquanto cidadão e enquanto professor, devemos fazê-lo por todos os professores que se dedicam à profissão e aos seus alunos, que depois de deitar os seus filhos passam horas a preparar aulas, a fazer fichas, a corrigir testes para que os seus alunos possam progredir e ter sucesso. Por todos os professores que andam, literalmente, com a casa às costas, que deixam as famílias a centenas de quilómetros e que mesmo assim dão tudo o que têm.
Não sou professor numa escola pública, sou apenas um professor/explicador, por isso não poderei fazer greve, mas não posso deixar de estar do lado dos professores, apoiar a sua luta, que é de todos nós. Uma escola forte é essencial para um país moderno e desenvolvido.
Neste momento não posso deixar de me lembrar de todos os meus professores.
Das minhas professoras da primária que me ensinaram a ler, a escrever, a fazer contas e gostar da escola. Que nunca perderam o sorriso e o carinho, mesmo nos dias em que não lhes apetecia rir. Que me foram visitar quando eu estava doente e que me chamavam à atenção sempre que era necessário.
Da minha professora de Ciências do 5.º Ano, que perante as minhas dificuldades não hesitou em tirar algum tempo com os seus filhos para ficar comigo, na escola, para que eu pudesse terminar o ano com sucesso.
Do meu professor de Matemática do 9.º Ano de me inspirou a ser professor de Matemática, que nunca deixou nenhum aluno para trás, que mais tarde foi meu orientador de estágio e me continuou a inspirar.
Do meu professor de Saúde/Biologia do 9.º e 10.º anos, que além de ser extraordinário nas suas aulas, era o treinador de futsal da escola e que todos os sábados de manhã deixava a família e vinha-nos treinar. Que, mesmo sem equipamentos, improvisou, jogávamos com umas t-shirt's brancas com números feitos de fita-cola. Nunca deixou que nos sentíssemos inferiores aos nossos adversários e com isso uniu-nos e tornou-nos mais fortes.
Da minha professora de Físico-Química do 11.º Ano, contagiante, rigorosa e exigente, que sempre tirou horas com a sua família para debelar as minhas dificuldades e as dos meus colegas.
De todos os outros professores que contribuíram para o homem que hoje sou, todos eles fazem parte da minha formação, sem eles eu não era nada, foram eles que me ensinaram, além das matérias das suas disciplinas, a pensar, a questionar e a ter opinião. Foram eles que ajudaram a ultrapassar todos os obstáculos e a acreditar em mim. Estarei eternamente agradecido aos meus professores.
Estou do vosso lado, diga NÃO a esta política, diga NÃO este ministro, não se deixe intimidar por manobras de bastidores, manobras desesperadas de um ministro que perdeu e não quer aceitar a derrota. Esta greve não prejudicará os alunos, o que os prejudicará são as políticas deste (des)governo.
Por uma escola inclusiva e não exclusiva, apelo a todos que façam greve, que lutem pelos vossos direitos e pelos direitos dos vossos alunos.
José Carlos Pereira
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